quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Despertar é viver


Todas as noites no escuro do meu quarto tento agarrar-me nas melodias que ficaram soltas ao vento,
E em palavras que ficaram presas num baú, onde meus desejos são apenas fragmentos de algo inacabado.
Sonhar já não é mais tão prazeroso, pois o coração sangra ao lembrar-se de promessas quebradas.
Despertar está tornando cada vez mais difícil.

Nessa busca incenssante à realidade tudo está fora do lugar.
Parece-me que as palavras somem,
E a voz obrigatoriamente cessa.
Mas a alma a todo momento apela por socorro.

Eu sei que preciso acordar,
Mas as promessas me puxam e me aprisionam,
E mesmo tentando me libertar dessa prisão,
A coisas giram em torno de mim como um caleidoscópio desgovernado.

Não sei, mas acho que estou tornando-me escrava de minha próprias lembranças.
Preciso encontrar um jeito de cessar esse caleidoscópio que distorcem todas as minhas memórias.
Do nada e diante de todo silencio e escuro,
Eis que surge uma voz:

-Acorda pequena!
Não se escravize pelas promessas quebradas, nem tampouco pela solidão.
Não deixe que o medo te impeça de voar.
O tempo muda constantemente assim como as estações.
Não deixes que o inverno permaneça pra sempre no teu coração.
O sol da primavera está ai, esperando por ti.

Sem mais, o despertador toca.
Rapidamente acordo-me e sinto uma paz interior inexplicável.
Agora eu sei, que tempo passa e um novo horizonte me espera.
E foi na noite passada que entendi, que a vida e o tempo são aliados de quem desperta.